quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Reportagem Especial da Veja

Negócios
A educação vai a bolsa de valores
Faculdades abrem o capital para crescer – e 
os estudantes também podem ganhar com isso
Antonio Carbonari, da Anhanguera: de um negócio entre amigos à bolsa de valores


VEJA TAMBÉM
Nesta reportagem
 
Quadro: Altos e baixos na bolsa
Exclusivo on-line Mais sobre educação
Poucos setores têm se transformado tanto no Brasil quanto o de ensino superior privado. O sinal mais claro disso é a recente entrada das universidades na bolsa de valores. Quatro grupos já abriram seu capital e logo virão pelo menos mais três, entre eles o Iuni (do Centro-Oeste), o Maurício de Nassau (o maior do Nordeste) e o Veris Educacional, ao qual pertence o Ibmec. O presidente do Veris, Eduardo Wurzmann, resume a motivação comum a essas empresas: "Não há maneira melhor de patrocinar a expansão das universidades". Redes de ensino superior não são uma novidade no país. Elas surgiram cerca de dez anos atrás. Com a bolsa, agora, ganham um novo – e decisivo – impulso. O grupo Kroton, dono das escolas e faculdades Pitágoras, chegou à bolsa com oito faculdades e hoje tem 25. O Anhanguera passou de dezessete para 47 instituições em pouco mais de um ano. Foi o grupo que mais deu certo: o valor das ações já cresceu 50%. Trata-se ainda de um caso emblemático da profissionalização pela qual passam as universidades. Basta saber que o presidente do grupo, o professor de matemática Antonio Carbonari Netto, resolveu abrir sua primeira faculdade no interior de São Paulo baseado numa "intuição". Uniu-se a três colegas e hipotecou a própria casa para conseguir um empréstimo no banco. "Virei empresário sem saber o básico", conta ele. Hoje, recebe investidores estrangeiros interessados em comprar suas ações.
O ingresso das faculdades no mercado de capitais não provoca apenas uma mudança fundamental na condução desse tipo de negócio no país. Pode representar, também, um avanço para os alunos. Foi o que se viu nos Estados Unidos, onde as universidades começaram a aventurar-se na bolsa quinze anos atrás. A breve experiência brasileira aponta para o mesmo tipo de ganho: mensalidades mais baixas, avanços na infra-estrutura e, por vezes, até a melhora do ensino. Ao abrirem o capital, as universidades juntam dinheiro para esparramar-se por vários endereços e logo se transformam em redes de ensino, nas quais tudo é pensado em grande escala. Na prática, nenhum funcionário vai mais à loja vizinha comprar papel e tinta ou uma impressora nova. Esses artigos são encomendados aos milhares, o que reduz os custos. Torna-se possível, por exemplo, a compra de equipamentos para um laboratório pela metade do preço – daí as chances de a infra-estrutura melhorar. Com esse tipo de economia, a margem de lucro de uma faculdade, que normalmente beira os 7%, chega a 20%. É por isso que grupos que entraram na bolsa, como Anhanguera e Estácio de Sá, conseguem cobrar mensalidades até 50% mais baixas.
Para certas faculdades, a entrada na bolsa acaba tendo ainda impacto positivo no nível do ensino (o que não faz mal às universidades brasileiras). Uma das razões remete, de novo, aos ganhos de escala. Numa rede, os custos com a confecção de currículos e material didático (parte do negócio que sai caro para as universidades) caem drasticamente. O mesmo material é adotado em dezenas de faculdades. Foi justamente por isso que o Kroton (grupo já tradicional no ensino básico, como o SEB, outro que entrou na bolsa) investiu alto na contratação de uma equipe de especialistas em diversas áreas, com a missão de elaborar um plano pedagógico. "Não conseguiríamos isso fora de uma rede de ensino", diz Alicia Figueiró, vice-presidente do grupo. Outro fator que pode impulsionar a melhora do ensino diz respeito à simples lógica do mercado: faculdades muito ruins espantam os investidores e, por isso, aquelas que vão à bolsa têm de se preocupar mais com o lado acadêmico. Diante de notas baixas em alguns de seus cursos em provas aplicadas pelo Ministério da Educação, a Anhanguera decidiu enviar professores para um curso de reciclagem. "Trata-se de uma questão de sobrevivência no longo prazo", afirma o especialista Ryon Braga.

Eduardo Wurzmann, do grupo Ibmec: novas aquisições antes de abrir o capital
A experiência de entrar na bolsa nem sempre é fácil, especialmente para um setor tão pouco profissionalizado. Para abrir o capital, os grupos precisam apresentar três anos de contas auditadas, um conselho de administração e metas bem definidas de expansão. Freqüentemente, uma reorganização dolorosa do negócio é necessária. A Estácio de Sá, o maior grupo de ensino superior do país, com quase 200 000 alunos, passou por maus momentos depois que entrou na bolsa. Faltou planejamento. Para se ter uma idéia, apenas seis meses antes da abertura do capital o grupo se tornou, oficialmente, uma instituição com fins lucrativos, requisito básico para o IPO. A evidente desorganização afastou os investidores, e o valor das ações caiu à metade. A reação veio há dois meses, quando o GP Investimentos, o maior gestor de recursos de terceiros no Brasil, comprou 20% das ações. Conferiu credibilidade ao negócio. O que atrapalhou a Estácio foi justamente o trunfo da Anhanguera. O grupo, hoje com 47 faculdades e previsão de faturamento neste ano de 600 milhões de reais, começou a se preparar para abrir o capital com quatro anos de antecedência. A transição deu-se com a supervisão do fundo de investimentos Pátria, hoje dono de 50% das ações. Enquanto os grandes grupos crescem, as pequenas faculdades sofrem. Como sabem que será difícil competir com uma rede de ensino, seus donos começam a passar o negócio adiante.
Ocorre hoje no Brasil um fenômeno que teve início nos Estados Unidos, na década de 90, quando grupos de ensino abriram capital na bolsa, motivados pela expansão num nicho até então pouco explorado: o ensino universitário para gente mais velha. Deu certo. O recente ingresso das faculdades brasileiras na bolsa é impulsionado por uma outra realidade, mais parecida com a da China e da Índia, onde grupos de ensino também abrem seu capital. Esses países têm ainda muitos jovens fora das universidades (87% deles no Brasil) e vivem momentos de expansão da economia – o que significa mais dinheiro no bolso das pessoas para pagar por educação. Não por acaso, são boas as perspectivas de expansão do faturamento nesse setor: os 20,5 bilhões de reais deste ano devem chegar a 28 bilhões de reais em 2012, segundo uma projeção da consultoria Hoper. São números polpudos o bastante para atrair estrangeiros. Eles já são a maioria dos investidores em universidades brasileiras na bolsa – e têm apostado também fora do mercado de ações. O grupo americano Laureate foi o primeiro a se tornar sócio de uma universidade brasileira, a Anhembi Morumbi, em 2005. Na semana passada, o igualmente americano Apollo, o maior grupo de ensino do mundo, ofereceu 2,5 bilhões de reais pela Universidade Paulista (Unip), do empresário João Carlos Di Genio. É a maior proposta já feita nesse mercado. Mais um sinal de que a educação no Brasil se tornou não apenas um bom negócio, mas um negócio diferente.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


Sumário
Rev. Bras. Educ. vol.15 no.43 Rio de Janeiro jan./abr. 2010
























































 Editorial
  
 
        · texto em Português     · pdf em Português
  
 Artigos
  
 ·  Formação de professores e pedagogias críticas: é possível ir além das narrativas redentoras?
Fischman, Gustavo E.; Sales, Sandra Regina

  
 ·  Uma análise acerca do boicote dos estudantes aos exames de avaliação da educação superior
Leitão, Thiago; Moriconi, Gabriela; Abrão, Mariangela; Silva, Dayse

  
 ·  Titulação escolar, condição de "elite" e posição social
Coradini, Odaci Luiz

  
 ·  Sobre a constituição da disciplina curricular de língua portuguesa
Pietri, Émerson de

  
 ·  Grupos de pesquisa sobre infância, criança e educação infantil no Brasil: primeiras aproximações
Silva, Isabel de Oliveira e; Luz, Iza Rodrigues da; Faria Filho, Luciano Mendes de

  
 ·  Ensinando sobre a diferença na literatura para crianças: paratextos, discurso científico e discurso multicultural
Silveira, Rosa Maria Hessel; Bonin, Iara Tatiana; Ripoll, Daniela

  
 ·  A banalidade do mal e as possibilidades da educação moral: contribuições arendtianas
Andrade, Marcelo

  
 ·  O ensino elementar no Decreto Leôncio de Carvalho: "visão de mundo" herdada pelo tempo republicano?
Rocha, Marlos Bessa Mendes da

  
 ·  Sobre a proximidade do senso comum das pesquisas qualitativas em educação: positividade ou simples decadência?
Devechi, Catia Piccolo Viero; Trevisan, Amarildo Luiz

  
 Espaço Aberto
  
 ·  O debate sobre a pesquisa e a avaliação da pós-graduação em educação
Cury, Carlos Roberto Jamil

  
 ·  A pesquisa em educação no Brasil
Macedo, Elizabeth; Sousa, Clarilza Prado de

  
 ·  A pesquisa em educação: um balanço da produção dos programas de pós-graduação
Nosella, Paolo

  
 Resenhas
  
 ·  Infância, educação e MST: quando as crianças ocupam a cena
Kramer, Sonia; Motta, Flávia

        · texto em Português     · pdf em Português
  
 ·  Letramentos múltiplos, escola e inclusão social
Santos, Samuel Rodrigues dos; Karwoski, Acir Mário

        · texto em Português     · pdf em Português
  
 ·  Evolution’s First Philosopher: John Dewey and the Continuity of Nature
Matos, José Claudio Morelli

        · texto em Português     · pdf em Português


  Revista Brasileira de Educação - ANPEd
Rua Visconde de Santa Isabel, 20 - Conjunto 206-208 Vila Isabel - 20570-120
Rio de Janeiro RJ - Brasil
Tel.: (21) 2576 1447
(21) 2265 5521
Fax: (21) 3879 5511


Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons

Revista Bras. de Enfermagem

Revista Brasileira de Enfermagem
versão impressa ISSN 0034-7167
Sumário
Rev. bras. enferm. vol.64 no.2 Brasília mar./abr. 2011




































































































 Editorial
  
 ·  O movimento em defesa da qualidade da formação dos profissionais da enfermagem e o trabalho da aben na área da educação
Teixeira, Elizabeth; Cabral, Ivone Evangelista

  
 Pesquisa
  
 ·  Atravessando períodos nebulosos: a experiência da família da criança portadora da Síndrome de Down
Nunes, Michelle Darezzo Rodrigues; Dupas, Giselle; Nascimento, Lucila Castanheira

  
 ·  Competências da enfermeira para a triagem clínica de doadores de sangue
Padilha, Débora Zmuda; Witt, Regina Rigatto

  
 ·  Eventos adversos relacionados a medicamentos: percepção de técnicos e auxiliares de enfermagem
Corbellini, Valéria Lamb; Schilling, Maria Cristina Lore; Frantz, Solange Fassbinder; Godinho, Tatiana Gonçalves; Urbanetto, Janete de Souza

  
 ·  Mapeamento dos termos do eixo ação entre diferentes classificações de enfermagem
Cubas, Marcia Regina; Carvalho, Carina Maris Gaspar; Malucelli, Andreia; Denipote, Adelita Gonzalez Martinez

  
 ·  Importância da relação interpessoal do enfermeiro com a família de crianças hospitalizadas
Murakami, Rose; Campos, Claudinei José Gomes

  
 ·  Vislumbrando a iniciação científica a partir das orientadoras de bolsistas da Enfermagem
Erdmann, Alacoque Lorenzini; Leite, Joséte Luzia; Nascimento, Keyla Cristiane do; Lanzoni, Gabriela Marcellino de Melo

  
 ·  Fatores determinantes e condutas pós-acidente com material biológico entre profisisonais do atentimento pré-hospitalar
Paiva, Maria Henriqueta Rocha Siqueira; Oliveira, Adriana Cristina

  
 ·  Influência da dor crônica na capacidade funcional de idosos institucionalizados
Reis, Luciana Araújo; Torres, Gilson de Vasconcelos

  
 ·  Enfrentamento do adolescente em condição crônica: importância da rede social
Araújo, Yana Balduíno de; Neusa, Collet; Gomes, Isabelle Pimentel; Nóbrega, Rosenmylde Duarte da

  
 ·  Representações sociais sobre humanização do cuidado: implicações éticas e morais
Araújo, Flávia Pacheco de; Ferreira, Márcia de Assunção

  
 ·  Análise dos dispositivos de saúde mental em municípios do Vale do Paraíba
Pereira, Maria Odete; Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de

  
 ·  Diabetes Mellitus: desafios relacionados ao autocuidado abordados em Grupo de Apoio Psicológico
Oliveira, Nunila Ferreira de; Souza, Maria Conceição Bernardo de Mello e; Zanetti, Maria Lúcia; Santos, Manoel Antônio dos

  
 ·  Formação em aleitamento materno e suas repercussões na prática clínica
Galvão, Dulce Garcia

  
 ·  Formação em enfermagem: interface entre as diretrizes curriculares e os conteúdos de atenção básica
Silva, Maria Josefina; Sousa, Eliane Miranda de; Freitas, Cibelly Lima

  
 ·  Perspectiva educativa do cuidado de enfermagem sobre a manutenção da estomia de eliminação
Martins, Paula Alvarenga de Figueiredo; Alvim, Neide Aparecida Titonelli

  
 ·  Validação de um vídeo educativo para promoção do apego entre mãe soropositiva para HIV e seu filho
Barbosa, Régia Moura; Bezerra, Ana Karina

  
 ·  Necessidades de orientação de enfermagem para o autocuidado de clientes em terapia de hemodiálise
Santos, Iraci dos; Rocha, Renata de Paula Faria; Berardinelli, Lina Márcia Miguéis

  
 ·  Sentimentos do estudante de enfermagem em seu primeiro contato com pacientes
Perbone, Janaína Gomes; Carvalho, Emília Campos de

  
 ·  Demandas institucionais e demandas do cuidado no gerenciamento de enfermeiros em um pronto socorro
Montezelli, Juliana Helena; Peres, Aida Maris; Bernardino, Elizabeth

  
 Revisão
  
 ·  Importância da anamnese e do exame físico para o cuidado do enfermeiro
Santos, Neuma; Veiga, Patrícia; Andrade, Renata

  
 ·  Papel social e paradigmas da pesquisa qualitativa de enfermagem
Lacerda, Maria Ribeiro; Labronici, Liliana Maria

  
 ·  Assistência domiciliária em saúde: um olhar crítico sobre a produção científica de enfermagem
Machado, Ana Larissa Gomes; Silva, Maria Josefina da; Freitas, Consuelo Helena Aires

  
 ·  Elementos de vulnerabilidade individual de adolescentes ao HIV/AIDS
Toledo, Melina Mafra; Takahashi, Renata Ferreira; De-La-Torre-Ugarte-Guanilo, Mónica Cecilia

  
 Reflexão
  
 ·  Cuidado em Heidegger: uma possibilidade ontológica para a enfermagem
Oliveira, Marília de Fátima Vieira de; Carraro, Telma Elisa

  
 ·  Vulnerabilidade: análise do conceito na prática clínica do enfermeiro em ambulatório de HIV/AIDS
Sousa, Petra Kelly Rabelo de; Miranda, Karla Corrêa Lima; Franco, Amanda Carneiro

  
 ·  Fatores de risco e medidas de prevenção do câncer de próstata: subsídios para a enfermagem
Medeiros, Adriane Pinto de; Menezes, Maria de Fátima Batalha de; Napoleão, Anamaria Alves

  
 Relato de Experiência
  
 ·  Elaboração de um instrumento de coleta de dados para pesquisa com idosos
Mota, Fernanda Rochelly do Nascimento; Albuquerque, Danielle Barros; Oliveira, Edmara Teixeira; Araújo, Natálya Iara Rodrigues de; Bessa, Maria Eliana Peixoto; Silva, Maria Josefina da

  
 ·  Perspectivas do ensino de bioética na graduação em enfermagem
Pessalacia, Juliana Dias Reis; Oliveira, Valéria Conceição de; Rennó, Heloíza Maria Siqueira; Guimarães, Eliete Albano de Azevedo

  
 ·  Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Sergipe: 52 anos de vontade, garra e coração
Mattos, Maria Cláudia Tavares de; Campos, Maria Pontes de Aguiar

 
 
 
  Associação Brasileira de Enfermagem
SGA Norte Quadra 603 Conj. "B" - Av. L2 Norte 70830-030 Brasília, DF, Brasil
Tel.: (55 61) 3226-0653
Fax: (55 61) 3225-4473

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons

Radiologia Brasileira

  Radiologia Brasileira, Volume: 56, Número: 5, Publicado: 2023   Inteligência artificial na imaginologia mamária  Editorial Mello, Ju...